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Agora é esperar que os distraídos, jornalistas inclusive, parem de falar sempre que a desigualdade diminuiu no Brasil (Clovis Rossi) |
O artigo de Rossi confirma que nem é preciso ler o calhamaço de Piketty - O capital no século XXI - para concordar com o autor (acesse algumas resenhas sobre a obra): a dinâmica do capitalismo é a reprodução da desigualdade e não o contrário. As pesquisas só não detectaram isso antes, no caso brasileiro, porque não havia mensuração do quanto os mais ricos deixaram de declarar o crescimento de sua riqueza. No final, ainda que tenha aumentado a renda na base, no conjunto ela se concentrou ainda mais.
O mito aqui é bastante simples: não dá para estabelecer melhor distribuição efetiva da renda - que signifique mudar a estrutura da economia brasileira - e, ao mesmo tempo, estimular uma sociedade de endividados com o crédito e proteger os empresários pelos subsídios estatais. E eu realmente não sei se o que cresce na sociedade brasileira é a renda ou o endividamento (leia aqui), um outro mito que se confunde com a realidade.
Posso estar enganado - e seria bom que estivesse - mas essa discursaria eleitoral, nesse sentido, mais confunde do que esclarece o eleitor. As práticas neoliberais reforçam esse cenário de descontrole do Estado sobre a dinâmica social? As mudanças anunciadas na CLT melhoram as condições de vida e de emprego dos trabalhadores? A autonomia do Banco Central é boa ou ruim para a sociedade? E a desoneração vai continuar escondendo o crescimento exponencial das margens de lucros dos empresários e concentrando mais renda?
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