Penso que esse é o pior caminho: é difícil que um processo comunicacional divorciado da realidade concreta de sua audiência consiga eficácia suficiente para inverter tendências que encontram nessa mesma realidade sua razão de ser, e não é verdade que o sentimento oposicionista cresceu pelo em razão das redes ou o que quer que seja. Cresceu porque a indignação não é meramente simbólica ou construída no plano do imaginário...
Seu eu pudesse sugerir à tecnocracia da mídia que anda atrás de alguma substância que mude o significado do que aconteceu nos últimos dias, recomendaria uma revisão do projeto do governo e medidas concretas que comprovem isso, em primeiro lugar com o rompimento das alianças com os setores conservadores que o Planalto adula em nome da governabilidade mas dos quais sofre uma sistemática conspiração: a facção dos empresários, antes de mais nada. Carga fiscal maior para as empresas e para os bancos; estatização de toda a saúde; estatização de todo o ensino; freio rigoroso à ação das empreiteiras e uma legislação que recupere a soberania do Brasil frente ao processo de sangria da riqueza nacional pela via das remessas de lucros. Acho que aí sim as campanhas publicitárias oficiais ganhariam poder de mobilização.
* Leia também a entrevista de Rudá Ricci dada ao site IHU: O enorme fosso entre as ruas e a política institucional
* Leia também a entrevista de Rudá Ricci dada ao site IHU: O enorme fosso entre as ruas e a política institucional
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