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O risco que o conservadorismo de bom gosto corre é o de levar ao Planalto um outro boçal, mas se isso servir para impedir a eleição de Lula, ora... por que não? |
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Apostas do jornalismo de aluguel colocam Huck ao lado do que há de pior na política brasileira |
Penso que é esse o contexto que explica a aventura da ISTOÉ com o número deste fim de semana. A revista opera a síntese de um semanário, mas permite que o analista perceba como esses vários eventos de mídia se associam na capa da publicação (costumeiro espaço dos piores escroques da política brasileira) ao mesmo tempo em que reforça para o leitor uma expectativa em torno da disposição do próprio animador de auditório em se lançar candidato.
Luciano Huck não é um enigma em nenhum sentido: trata-se de uma opção das elites empresariais e do conservadorismo político para evitar a polarização eleitoral representada por Lula, indiscutivelmente o franco favorito para 2018. No bojo dessa articulação, no entanto, há um apelo que seduz segmentos da classe média "de bom gosto", o mesmo segmento que agora não quer Doria nem pelas costas, mas com pruridos liberais e modernos que o afastam de um apoio à extrema direita (Bolsonaro), da direita evangélica (o Escola sem Partido), da direita corrupta (Aécio) e da direita inquisitorial (MBL), ou seja da direita bagulho (leia em Quem é o grupo que pode lançar Huck à presidência em 2018). O importante é impedir que Lula chegue lá, mas se for possível fazer isso com estilo... melhor.
Difícil mesmo é aguentar o próprio Huck, um garotinho cujas referências políticas e intelectuais não estão muito longe do penúltimo sucesso das séries de Tv. Do ponto de vista da sensibilidade que um candidato a presidente da República num país no fundo do poço para onde foi levado por Temer, o animador das tardes de sábado é um boçal, como asseguram todas as matérias que falam sobre ele ou onde quer que ele próprio tenha deixado algum vestígio verbal. Mas perto das alternativas que se tem, com esse ar apalermado de bom-moço angelical, incompetente para qualquer reflexão que ultrapasse a mera superfície dos fatos, um campeão dos lugares comuns, pensando bem... Huck está ótimo. Se não der certo, pensam os integrantes do grupo Agora, até o Temer serve...
Não deixe de ler outros textos sobre a aventura eleitoral do garotinho da Globo: * No rumo (Luciano Huck, na Folha) * Huck não passa de 11% de intenções de voto: leia em Luciano Huck recebe pesquisas mensais sobre 2018 (Estadão) * Estadão expõe Hulk ao ridículo com fake news sobre pesquisa (blog do Esmael) * Pós-verdade e ignorância histórica (Lira Neto, Folha) * Dossiê Huck: não se deixe enganar nenhuma vez (do blog).
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