Em segundo lugar, a liquidação das garantias sociais do trabalho é uma reação de natureza econômica à anemia estrutural e histórica do capitalismo brasileiro. Estamos diante de um um sistema de baixo nível de acumulação gerido por um empresariado parasita, que vive às custas das artimanhas dos benefícios fiscais, da sonegação, das estratosféricas margens de lucro, de baixíssimo nível de inovação e investimento. Não fossem as trágicas disparidades de renda existentes no país, que reduz nosso mercado consumidor a 20% da população e para o qual a produção de bens de consumo está voltada, o Brasil não seria nem mesmo pré-capitalista. A reforma que entra em vigor nesta semana amplia a sobrevivência desse sistema. Em nome da solidificação de seu atraso e em defesa do seu imobilismo, virá da sobre-exploração do trabalho permitida pelas novas regras um novo impulso acumulativo... Continuaremos pobres, desiguais e injustos, mas nossa burguesia vai poder exibir a exuberância de sua cultura socialmente predatória que nos envergonha no mundo todo.
Não há saídas? Claro que há. A porta mais importante é a de resistência. Ives Gandra Martins Filho, um dos arquitetos das novas regras, diz em entrevista à Folha de S. Paulo que o espírito da reforma foi prestigiar a negociação coletiva. Ives Grandra Martins Filho mente, mas no espírito e na contradição da sua mentira pode estar uma rearticulação do movimento sindical como instância autônoma que derrube o caráter draconiano da reforma. Entre os professores, esta é a palavra de ordem: resistir. Mas resistir aqui significa manter o sindicato como o único representante legítimo e legal da nossa categoria, na vida do professor na escola, nos benefícios de que ele goza e no momento em que ele deixa o emprego. A complexidade das nossas conquistas, que decorrem da peculiaridade das atividades que desenvolvemos, precisa ser assegurada e mantida inalterada...
Esse caminho, no entanto, não é o único. Ele deve vir para a nossa prática no âmbito de uma rejeição política aos grupos que, estando ou não no governo, transformaram o Poder Legislativo e o Poder Judiciário em espaços de força dos interesses privados sobre os interesses sociais. Uma rejeição que supere os limites da frágil representação partidária em que vivemos, e que tenha com pauta uma profunda reforma social no país...
Entendo que são essas duas perspectivas que devem alimentar os projetos de mobilização popular que têm como objetivo principal o resgate do país das mãos dos facínoras que estão no governo...
Selvageria solta: * Reforma trabalhista: é muito atraso, é muito retrocesso (IHU) * Presidente do TST defende que corpo de pobre vale mais que o de rico (blog do Sakamoto) * Empresas já se adaptam às novas leia do trabalho (Valor) * A fronteira potiguar da nova ordem trabalhista (Valor) * Ações de bloqueio tentar eliminar a existência política dos trabalhadores (Safatle, Folha) * Reforma trabalhista: vale a lei ou o direito (Diap).
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Entendo que são essas duas perspectivas que devem alimentar os projetos de mobilização popular que têm como objetivo principal o resgate do país das mãos dos facínoras que estão no governo...
Selvageria solta: * Reforma trabalhista: é muito atraso, é muito retrocesso (IHU) * Presidente do TST defende que corpo de pobre vale mais que o de rico (blog do Sakamoto) * Empresas já se adaptam às novas leia do trabalho (Valor) * A fronteira potiguar da nova ordem trabalhista (Valor) * Ações de bloqueio tentar eliminar a existência política dos trabalhadores (Safatle, Folha) * Reforma trabalhista: vale a lei ou o direito (Diap).
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